quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

ETIQUETA EM BRAILE DEIXA MODA MAIS ACESSÍVEL

A inclusão social está desembarcando na moda brasileira. Uma etiqueta de roupa especial, com informações do produto em braile, foi lançada recentemente na Premiére Brasil, maior salão Têxtil da América Latina. A iniciativa parte de uma das grandes empresas do setor, a Haco, que durante dois anos pesquisou a funcionalidade e viabilidade do produto com a Associação dos Cegos do Vale do Itajaí (ACEVALI).

A empresa arredondou a idéia, que já pipocava no mercado entre pequenos confeccionistas, possibilitando agora sua aplicação em grande escala. Isso significa que grupos com representação no mercado nacional, como uma Hering, têm meios de incorporá-lo. Ainda não há lei que obrigue as empresas a adotar a etiqueta em braile - somente projetos em discussão no Congresso -, mas ter a infraestrutura para que isso aconteça é um começo. "Trata-se de um jeito informal para que a etiqueta vire um padrão", diz Geraldo Lima, professor da Faculdade de Moda da Universidade Anhaembi Morumbi.

Em 2003, Lima pesquisou durante quase um ano em institutos como o Dorina Nowill e o Padre Chico sobre as necessidades do consumidor cego. A partir daí, numa atitude pioneira, incluiu em todas as peças de sua confecção, a Urânio, uma etiqueta emborrachada em braile que descreve a cor do produto.


Modelo. A etiqueta da Haco pretende ser um de tamanho regular. O confeccionista escolhe o material - tecido, borracha e tag de papel craft - e as informações que quer adicionar em braile. Mas há outros tipos no mercado. A grife Virgemaria criou uma transparente, que vem com um adesivo em PVC, para que o cliente possa aplicá-la na parte da roupa que quiser.

Até pontos de vendas descolados, como a Galeria Mundo Mix, nos Jardins, embarcaram na idéia da roupa acessível. Há um mês, as prateleiras da loja receberam a nova coleção Easy Put, resultado da parceria entre o Instituto Mara Gabrilli e a marca Hey!U. A coleção começou com camisetas (de R$ 35 a R$ 50), vendidas com duas etiquetas, uma normal de tecido e outra em braile, de papel, com o tamanho, a cor e a estampa do modelo.


Fonte: www.estado.com.br

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